
Uma história de Incompetência Cervical
Isabela e o parto que chegou cedo demais: uma história de incompetência cervical
Era uma quarta-feira comum quando Isabela chegou ao hospital, andando com dificuldade, a mão no ventre, o rosto contraído pela dor 😣. Tinha 24 semanas de gestação. Não havia caído. Não havia sangrado. Mas sentia que algo estava… errado ⚠️. “Não é nada, você é ansiosa”, disseram-lhe na consulta anterior. Mas agora, entre contrações leves ⚡️ e uma pressão constante na pelve, sabia que não era só ansiedade.
Isabela era uma paciente exemplar 🧳. Organizava cada consulta em planilhas 📋, lia artigos médicos, tomava vitaminas como se fosse ritual 🌾. Mas havia algo que ela não conhecia: a incompetência do seu colo uterino. Não havia dor aguda, não havia febre. Mas o colo do útero estava dilatando em silêncio, sem pedir permissão 🚫. O plantonista, Dr. Leandro, pediu um toque: “Colo apagado, três centímetros de dilatação.” 📏
O que é exatamente “incompetência cervical”?
A insuficiência cervical é caracterizada pela incapacidade do colo do útero de manter a gestação no segundo trimestre, ocorrendo sem a presença de contrações uterinas, trabalho de parto ou causas patológicas identificáveis. Trata-se de uma condição silenciosa, onde o colo se abre de forma precoce, aumentando o risco de perda gestacional ou parto prematuro.
O termo soa como se a culpa fosse da mãe, mas na verdade é uma condição médica invisível
Quando o tempo é um inimigo
A tensão aumentava 🚨. A equipe discutia entre si: manter a gravidez? Tentar cerclagem? Corticoide? Sulfato de magnésio? O marido não conseguia esconder o medo 😧. Do outro lado da porta 🚪, Isabela ouvia fragmentos. Sentia que todos sabiam algo que ela não sabia. E não queriam dizer. “Por que isso está acontecendo comigo se eu fiz tudo certo?” 🧐
O detalhe que passou batido
Na ultrassonografia morfológica, ninguém comentou o comprimento do colo 🌍. Estava encurtado. Mas como não houve sangramento, nem dor… ninguém investigou 🤦♀️. Era uma primípara 🍼. Sem histórico. Sem fatores de risco aparentes. Mas a incompetência cervical não avisa ❗️
Por que os médicos não viram isso antes? Não dá pra saber se o colo está fraco?
Entenda o diagnostico e como e feito ¹:
O diagnóstico da insuficiência cervical pode ser feito de três formas principais :
🔹 Exame físico: quando há dilatação indolor no 2º ou início do 3º trimestre, sem contrações, sangramentos ou infecções aparentes;
🔹 Histórico clínico: mulheres com perdas gestacionais ou partos prematuros repetidos por dilatação cervical precoce e indolor, ou que já fizeram cerclagem;
🔹 Ultrassonografia: colo uterino encurtado antes das 24 semanas em gestante com histórico de perda ou parto prematuro
Quando o fim chega antes
Isabela entrou em trabalho de parto naquela noite 🌃. Tentaram tudo: repouso, medicações 💉, orçaram transferência para hospital com UTI neonatal 🏥. Nada conteve o inevitável.
Ela pariu com 24 semanas e 2 dias. Gabriel nasceu vivo, com pouco mais de 600 gramas, lutando para respirar. A equipe neonatal fez o possível: oxigênio, estímulo, calor… Mas os pulmões ainda não estavam prontos. Gabriel viveu por 18 minutos ⏰. Foi colocado nos braços de Isabela, que o segurou em silêncio, entre lágrimas e amor. O nome? Gabriel 👶. Já escolhido. O quarto, já pintado 🏠.
O que aprendemos com ela
Incompetência cervical não se sente. Não sangra. Não grita. Mas pode mudar tudo.
E o que parecia ansiedade era, na verdade, um pedido silencioso por ajuda.
Se esta história te tocou, compartilha com uma gestante ou estudante de medicina. E conheça também nosso artigo: Quando um aborto clandestino termina em choque séptico.
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