Icterícia neonatal: 3 dicas para identificar e agir a tempo

Icterícia neonatal: 3 dicas para identificar e agir a tempo

Icterícia Neonatal: reconheça os sinais a tempo e proteja a saúde do seu bebê

A icterícia neonatal é uma condição comum nos primeiros dias de vida, mas estar atento aos sinais iniciais e aos fatores de risco é essencial para prevenir possíveis complicações. Este guia foi pensado para ajudar mães, pais e cuidadores a identificar os sinais de alerta e entender quando é necessário buscar ajuda profissional para garantir o bem-estar do recém-nascido.

🌕 O que é icterícia neonatal?

A icterícia neonatal é a coloração amarelada da pele e dos olhos do recém-nascido, causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue. Esse pigmento é produzido durante a degradação natural das hemácias (glóbulos vermelhos) e, normalmente, é eliminado pelo fígado.

Nos primeiros dias de vida, é comum que muitos bebês apresentem icterícia fisiológica — um fenômeno temporário, benigno e esperado, devido à imaturidade do fígado. Essa condição costuma surgir após as primeiras 24 horas e desaparecer sozinha em cerca de 7 a 10 dias, sem causar danos.

Por outro lado, quando a icterícia aparece muito cedo, atinge níveis elevados ou está associada a outros sinais de alerta, pode se tratar de uma icterícia patológica. Neste caso, é necessário investigar e tratar adequadamente para evitar complicações mais graves, como o kernicterus.


1. 🧠 Quais são os fatores de risco?

Fatores que aumentam o risco de níveis elevados dessa substância e, portanto, de formas mais graves da condição:

  • Prematuridade: Bebês nascidos antes das 37 semanas têm o fígado ainda mais imaturo 2.

  • Amamentação: Apesar de o leite materno ser ideal, a icterícia associada à amamentação precoce ou ao próprio leite pode prolongar os níveis elevados de bilirrubina em alguns casos 2,7.

  • Incompatibilidade sanguínea (ABO ou Rh): Se o sangue da mãe for incompatível com o do bebê, os anticorpos maternos podem destruir os glóbulos vermelhos do recém-nascido, aumentando a produção de bilirrubina 7.

  • Hematomas ao nascer: Partos traumáticos podem gerar hematomas e, com isso, maior degradação de hemácias, elevando a bilirrubina.

  • Histórico familiar: Irmãos que já apresentaram icterícia neonatal com necessidade de tratamento podem indicar maior risco.

  • Deficiências enzimáticas hereditárias: Distúrbios genéticos raros também podem afetar a capacidade de eliminar a bilirrubina 3.


2. ⚠️ Fique atento aos primeiros sinais! Como identificar a icterícia neonatal?

O segredo para evitar complicações está na identificação precoce dos sinais que indicam níveis elevados de bilirrubina. Pais e cuidadores devem observar:

  • Icterícia nas primeiras 24 horas: Se a pele do bebê ficar amarelada no primeiro dia de vida, é necessário avaliação médica urgente 7.

  • Progressão da coloração: A icterícia geralmente começa na face e se espalha para o tórax, barriga, pernas e pés. Se o avanço for rápido, é sinal de alerta.

  • Cor intensa da pele: Tons amarelo-alaranjados intensos não são normais. A bilirrubina pode ser medida com dispositivos não invasivos (bilirrubinômetro) antes mesmo de solicitar exame de sangue 8.

  • Alterações no comportamento: Sonolência excessiva, dificuldade para acordar, irritabilidade ou recusa alimentar podem indicar icterícia significativa.

  • Problemas na alimentação: Sucção fraca, diminuição nas mamadas ou recusa do peito/fórmula merecem atenção.

  • Urina escura e fezes claras: Embora mais comuns em doenças hepáticas, esses sinais exigem investigação médica mesmo no período neonatal 6.


3. 💡 Como evitar complicações? O papel da prevenção e do acompanhamento

Evitar consequências como o kernicterus (dano cerebral por bilirrubina elevada), depende da identificação precoce e do tratamento adequado. As principais medidas incluem:

  • Avaliação precoce: Muitos hospitais já avaliam o risco de hiperbilirrubinemia antes da alta hospitalar, com exames clínicos ou dispositivos transcutâneos 8,11.

  • Acompanhamento pós-natal: É fundamental retornar ao pediatra nos primeiros dias após a alta, especialmente se houver fatores de risco 7,11.

  • Alimentação adequada: Estimular a amamentação frequente ou garantir fórmula suficiente ajuda a eliminar a bilirrubina pelas fezes.

  • Fototerapia quando indicada: Se os níveis atingirem valores preocupantes, a fototerapia é um tratamento seguro e eficaz 9,10.


👩‍⚕️ Conclusão: Informação salva vidas

A icterícia neonatal é comum e, na maioria dos casos, se resolve sem sequelas. Mas o acompanhamento atento pelos pais e profissionais de saúde é indispensável para identificar os casos que realmente precisam de intervenção. Ao menor sinal de alerta, procure o pediatra. A saúde do seu bebê merece todo o cuidado do mundo.

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Bibliografia

  1. Joseph A, Samant H. Jaundice. StatPearls. 2020.
  2. Porter ML, Dennis BL. Hyperbilirubinemia in the term newborn. Am Fam Physician. 2002
  3. Memon N, Weinberger BI, Hegyi T, Aleksunes LM. Inherited disorders of bilirubin clearance.
  4. Singh SP, Pati GK. Alagille Syndrome and the Liver: Current Insights. Euroasian Journal of Hepato-Gastroenterology. 2018.
  5. Neonatal Hyperbilirubinemia.
  6. Chen CY, Shiesh SC, Tsao HC, Lin XZ. Human biliary beta-glucuronidase activity before and after relief of bile duct obstruction: is it the major role in the formation of pigment gallstones?. J Gastroenterol Hepatol. 2000.
  7. American Academy of Pediatrics Subcommittee on Hyperbilirubinemia. Management of hyperbilirubinemia in the newborn infant 35 or more weeks of gestation.
  8. Maisels MJ, Kring E. Transcutaneous bilirubin levels in the first 96 hours in a normal newborn population of > or = 35 weeks’ gestation. Pediatrics. 2006
  9. Woodgate P, Jardine LA. Neonatal jaundice: phototherapy. BMJ Clin Evid. 2015.
  10. Sawyer TL. Phototherapy for Jaundice. In: Rosenkrantz T Phototherapy for Jaundice.
  11. Management of Hyperbilirubinemia in the Newborn Infant 35 or More Weeks of Gestation. Pediatrics. 2022.

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Equipe Oxytomed
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